O ensino profissional em Portugal é alvo de escassas discussões e
estudos, o que não deixa de ser surpreendente quando o objetivo de
sucessivos governos tem sido o de atingir o nível de 50% dos alunos do
ensino secundário a frequentar o ensino profissional.
O Grupo de Trabalho de Matemática foi constituído em 2018 pelo Despacho n.º 12530/2018, de 28 de dezembro para "proceder à análise do fenómeno do insucesso, tendo em vista a elaboração de um conjunto de recomendações sobre a disciplina de Matemática - ensino, aprendizagem e avaliação."
Aqui são reproduzidas as recomendações que se referem diretamente ao capítulo 4 (p. 98-109) do documento Recomendações para a melhoria das aprendizagens dos alunos em Matemática (1.ª versão - 30 de junho de 2019), elaborado pelo Grupo de Trabalho de Matemática, que está em discussão pública até 12 de outubro, sendo que os comentários e sugestões devem ser enviados para a Direção Geral da Educação para o endereço dsdc@dge.mec.pt.
O Grupo de Trabalho de Matemática foi constituído em 2018 pelo Despacho n.º 12530/2018, de 28 de dezembro para "proceder à análise do fenómeno do insucesso, tendo em vista a elaboração de um conjunto de recomendações sobre a disciplina de Matemática - ensino, aprendizagem e avaliação."
Aqui são reproduzidas as recomendações que se referem diretamente ao capítulo 4 (p. 98-109) do documento Recomendações para a melhoria das aprendizagens dos alunos em Matemática (1.ª versão - 30 de junho de 2019), elaborado pelo Grupo de Trabalho de Matemática, que está em discussão pública até 12 de outubro, sendo que os comentários e sugestões devem ser enviados para a Direção Geral da Educação para o endereço dsdc@dge.mec.pt.
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Recomendação
1: Um currículo de Matemática global e
alinhado
A elaboração urgente de um
currículo de Matemática para todos os ciclos de escolaridade (do 1.º Ciclo do
Ensino Básico até ao final do Ensino Secundário). Este currículo deverá
substituir todos os Programas de Matemática, em particular o Programa e as
Metas Curriculares em vigor, bem como as Orientações de Gestão Curricular e
as Aprendizagens Essenciais que deles decorreram, eliminando a profusão de
documentos curriculares nacionais díspares, que atualmente coexistem
dirigidos ao ensino da Matemática.
É imperioso que o novo currículo procure
um alinhamento com as orientações curriculares internacionais tendo em vista
a relevância da educação matemática na sociedade atual, as orientações
curriculares de países cujos alunos apresentam elevado sucesso em Matemática,
a coerência com o Perfil dos Alunos à
Saída da Escolaridade Obrigatória e com a evolução consistente das
orientações nacionais que consideraram de forma integrada conhecimentos,
capacidades e atitudes como objetos de aprendizagem em Matemática.
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3
4
6
9.3
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Recomendação
14:
Processos de mudança curricular
nacionalmente regulados
Os processos de mudança
curricular devem justificar-se por critérios de natureza técnico-científica. Devem
ser sistematicamente acompanhados com dispositivos de monitorização e
avaliação externa, que permitam a regulação de um novo currículo nacional de
Matemática e dos consequentes documentos curriculares locais de Matemática,
desde as fases de experimentação e implementação e durante toda a sua
vigência, com vista às adequações necessárias.
Os processos devem ser
temporalmente programados e acautelar o necessário faseamento das medidas de
apoio, que requerem tempo para se tornarem eficientes.
Sendo os processos de
desenvolvimento curricular extremamente complexos e exigindo uma atenção
constante e prolongada, sugere-se a criação de uma entidade, como um
instituto de desenvolvimento curricular, que se responsabilize inteiramente
pela regulação dos processos de mudança curricular, incluindo a avaliação de
manuais escolares.
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4
7
9.1
|
Recomendação
16:
Um desenvolvimento curricular apoiado
por recursos adequados
O desenvolvimento curricular deve
ser apoiado por um conjunto de recursos diversos que efetivamente contribuam
para práticas curriculares adequadas em Matemática. Entres estes, são
fundamentais:
·
Bancos de recursos de acesso livre e
fácil, incluindo tarefas, instrumentos de avaliação e relatos de experiência
de sala de aula, que ilustrem boas práticas de ensino e inspirem o trabalho
dos professores em Matemática;
·
Manuais digitais flexíveis que
viabilizem a lógica de ciclo preconizada pelo currículo de Matemática e que
sejam passíveis de articulação com os programas de Matemática localmente
elaborados, dando a oportunidade de autoria curricular aos professores;
·
Laboratórios de Matemática ou conjuntos
de recursos utilizáveis em salas de aula, que correspondam a um
apetrechamento mínimo compatível com as experiências matemáticas a
proporcionar, e que tenham a sua manutenção assegurada.
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4
6
7
8.2
9.1
9.2
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Recomendação
23: Necessidade de programas de formação contínua em ensino da Matemática
A formação contínua de educadores
e professores que ensinam Matemática deve ser alvo, a nível nacional, de um
investimento continuado e focado na promoção do sucesso das aprendizagens de
todos os alunos em Matemática, privilegiando estratégias que se foquem no
desenvolvimento curricular tendo em conta o currículo de Matemática,
centradas na sala de aula, com supervisão, que envolva professores que
ensinam Matemática numa mesma escola, e em colaboração com as instituições do
Ensino Superior. O foco da formação deve incidir tanto na área da Matemática,
como na Didática da Matemática.
É importante que a formação
contínua de professores seja desenvolvida no seu contexto, valorizando o
trabalho colaborativo entre pares e reconhecendo-o como essencial para o
desenvolvimento profissional.
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4
7.1
7.2
8.2
9.1
9.2
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