Mas, de acordo com o que é sugerido na notícia, existe no Vietnam a consciência da necessidade de mudar. Também parece que esta mudança é explicada e divulgada em vez de surgir quase de surpresa, evitando debates e discussões… e também parece que a mudança assenta em quatro pressupostos “proficiência, prática, modernidade e criatividade”... de resto, em linha com outros países ditos de referência, e distante dos nossos programas.
Importa ainda salientar três ideias presentes na entrevista que permitem discutir orientações importantes para a mudança que se identifica como necessária, no Vietnam e também por cá...
- Estamos a ensinar coisas irrelevantes. É necessário identificar as aprendizagens que são mais importantes na vida futura dos alunos… Menos Álgebra e mais Estatística é uma hipótese que merece, no mínimo, uma discussão séria.
- Não se deve ensinar (ou forçar a aprendizagem) cedo demais! Diz o professor Thai que se não é exigido a uma criança de 12 meses que pronuncie um nome corretamente, porque razão o devemos colocar questões demasiado difíceis depois. Respeitamos os ritmos de aprendizagem de crianças com menos de 2 ou 3 anos, mas a partir dos 5 são elencadas todas as aprendizagens que devem atingir, sem que nem sequer seja claro que o desenvolvimento intelectual é adequado ao tipo de aprendizagem preconizado.
- Os alunos não devem aprender com vista à realização de exames… felizmente, neste capítulo, já abolimos os exames de 4º e 6º ano… será de repensar a necessidade do exame de 9º ano, ou investir num modelo de avaliação externa mais formativo, em linha com a experiência das provas de aferição?